quinta-feira, 3 de maio de 2007

Um dia seremos Dercy

Nesses tempos de aniversário, tenho pensado muito nas mulheres brasileiras. E adivinha quem está martelando a minha cabeça: la Dercy. Ela mesma, com seus noventa e nove anos de desbocamento e suas vinte toneladas de pelanca. Dercy é ousada, é imperiosa. Foi musa do teatro de revista brasileiro. Improvisava pra dedéu, quer dizer, pra caralho. Musa marginal no cinema e na TV, seu maior legado foi ter inventado o porra na televisão brasileira.
No auge da carreira, Dercy mandou Hollywood pra puta que pariu. Foi pioneira das operações plásticas, principalmente das que dão errado. Aos oitenta, já meio mumificada, levou um calote de um empresário e voltou a trabalhar. Aos noventa e cinco, próxima da fossilização, afirmou: "Só vou morrer quando EU quiser, caralho". E não é que é verdade? Ela está aí, competindo com Fidel. Eu sou uma Dercypula assumida. E quem não for que se foda.

Um comentário:

aqui disse...

Eu simpatizava mais com a Nair Belo. Mais low profile e tudo. Mas a coitada nem ganhou obituários decentes. A parte boa é que quando a Dercy se for, vamos ler muitos e muitos palavrões nos jornais e veremos muitos peitos pelancudos na televisão. Vai ser o melhor obituário de todos os tempos do Jornal Nacional . E o melhor é que a gente TEM CERTEZA que vai sair no Jornal Nacional.