terça-feira, 30 de junho de 2009

palavras que descrevem uma cólica:

agulhada
dor
torce
contorce
pontada
latente
nada
dor
nada
calmavaipassar
cansaço
explosão
zumbido
contínuo
fininho

é,
não se pode ter cólica em alemão.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

José e seus amigos invisíveis

Rafael tem fixação por pipas.
Bel define as pessoas pelo ascendente.
Lila não consegue fazer refeições com o cabelo solto.

terça-feira, 9 de junho de 2009

o triturador de sentimentos

O que fazer quando você está sentindo uma coisa
que sabe que não devia estar sentindo,
mas já está sentindo aquele negócio,
e não quer mais sentir:

pegar o triturador de sentimentos.

O meu fica na terceira gaveta de baixo pra cima.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

E aí?
Oi.
Oi. E aí?
Sabe quem tá falando?
Sei, po. É você.
Ah, é. Esse negócio de bina. Não me acostumo. Tira a graça.
Diga, conta!
Pois é. Então. Eu não tenho nada pra falar.
Nada?
Nada.
Ah, sim.
Eu não tenho nada pra falar, mas quis ligar pra você. Aí, pum, disquei, liguei.
Rá-rá. Maluquete.
Maluquete? Acho que nem meu avô diz isso.
É quando a pessoa é maluca, mas do bem.
Não, isso é maluco beleza.
Mas você não é maluca beleza. É maluquete.
Olha. Me ocorreu uma rima estranha pra maluquete.
Rima. To falando: você é maluquete. Fala coisas doidas.
Aí é doideira. Fulano é doidão, doidaço. Eu não sou doideira.
Verdade. Isso só de vez em quando.
Então me liga quando souber o que é maluquete, tá?
Tá bem.
Um beijo.
Beijo, maluquete.
Tchau.

E a pista da Pedra da Urca continua sendo o melhor lugar para correr.
Ver o casal que no km 1 estava se separando,
ver a banda de heavy metal gravando um clipe,
ver os alpinistas contundidos que querem chegar no céu,
escutar pink floyd quando o sol está na metade do pôr,
e dizer pra criança de quatro anos que no mato tem muita cobra.

Na pista da Urca tem gringo e velhote com contador de batimentos,
mulheres com tênis extra anatômicos amortecidos coloridos,
recém-namorados tentando criar intimidade enquanto vêem o mar,
(eles não sabem que assim é mais difícil).
também tem bebês com frio
e os gafanhotos cantores de fado,
com quem muito dialogo.

E depois do sol baixar, pingando de suor, é possível ver a pior marcha de todos os tempos: a dos militares que tiram a bandeira do Brasil da haste, ali no Forte.
São quatro moços fardados fracotes mal-humorados que escutam um apito e marcham com o corpo mais molengo que uma minhoca infartada, e com mais má vontade que os garçons do Bar Lagoa, e dobram a bandeira, como quem quer cuspir. Mas não cospem. Os covardes.