sábado, 29 de dezembro de 2007

ultimos dias do ano

estatisticas dezembristicas:

a palavra que mais falei esse ano foi putz.
se nao foi putz, deve ter sido dedeu.
mas isso pode ser so uma impressao.
minhas estatisticas sao mesmo impressionantes.




(nao sei colocar acento no mac)

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Maldição

A Diana me passou uma maldição.

Frase da página 161

1 - procurar um livro próximo;
2 - abri-lo na página 161;
3 - procurar a quinta frase completa;
4 - postá-la no seu blog;
5 - não escolher a melhor frase nem o melhor livro;
6 - repassar a outros cinco blogs.

A minha frase:

"Quando conheceu Perón, em 1944, ela sustentava uma tribo de albinos mudos extraviados de orfanatos."

Do livro "Santa Evita", de Tomás Eloy Martinez, uma biografia ficcional instigante e impregnada de maldições.

Outros cinco blogs: Juju, Keiji, Antonio, Manoel, Lia.

Pronto. Dever cumprido.

Agora os PSs: procurei em três livros antes de achar essa frase. O primeiro era um livro de receitas com tomate, que não tinha página 161. O segundo era uma coletânea de contos do Borges, em que a página 161 estava totalmente em branco. Comecei a achar que a maldição ia me pegar na hora. Até senti uns calafrios no couro cabeludo. Daí me dei conta de que essa é uma maldição aparentemente sem conseqüências, uma vez que os danos causados pelo não-cumprimento não vieram junto com as ordens. O que pode ser muito pior. Ou não. E continuo sem entender por que eu possuo em minha estante um livro de receitas com tomate. Feliz Natal.

No Natal, gosto de comer pencas e de ver os corações molenguinhos.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

o fim do ano é ruim
mas o término de dezembro é muito pior.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

aritmética

Seqüência aritmética feita para presentear um casal amigo que se casou.
A aritmética tomou forma num porta-copos bacanérrimo, presente em trio que deu certo.

***

Conta de luz – R$ 355,00
+
Conta de gás – R$ 123,00
=
Apagamos tudo e fomos contar as estrelas


***

benzinho para cá
+
benzinho para lá
=
E não é que a valsa ficou bacana?

***

onde foi parar a pasta de dente?
+
o que essa meia está fazendo em cima da TV?
=
lar, doce-como-nunca-pensei-que-fosse lar

domingo, 16 de dezembro de 2007

velha laranja

eu demoro séculos para escolher laranja lima na feira. tudo bem, a minha cota é grande, sessenta laranjas por semana. mas as velhinhas me dão um banho. é meio ridículo. é muito ridículo. algumas senhoras chegam a dar uma risadinha intencionalmente indiscreta. são muitas operações seguidas para se escolher uma laranja: ver se está podre por fora, apalpar para ver se está podre por dentro, avaliar se está muito verde ou muito madura, se tem suco em quantidade suficiente, e verificar a existência de bactérias e o percentual de agrotóxicos.
incrível a agilidade de pensamento dessas senhoras. e, mais ainda, os malabares com as mãos para colocar a laranja no saco. quando crescer, vou ser assim. ou não. quer dizer, provavelmente não.

sábado, 15 de dezembro de 2007

a estrela cadente

era uma vez a estrela cadente no alto do céu.
a estrela tinha medo de altura.
por isso, estava em crise existencial.
a pressão em dezembro é muito grande, disse a estrela. todos têm muitos desejos. é dose.
o psiquiatra receitou lexotan.
vamos ver se funciona. olhei pela janela e até agora, nada.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

coisas que fazem falta:
água de côco, torta de limão, nextel e não saber desenhar.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

verão

as senhoras do Largo do Machado estão carregando mini-toalhinhas para limpar o suor:
chegou o verão.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

é. meu corpo, definitivamente, não quer me obedecer.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Gente fina

Arthur era principiante, mas lembrou bem das dicas que escutou do chefe quando chegou no bangalô.

Gente fina não dá furo. Tem sempre um comentário apropriado, que oscila entre a soberba e o bom-humor. Gente fina sabe o que está acontecendo no Pará, em Nova Iorque e em Moscou, e lê todos os cadernos do jornal com igual (des)interesse. Gente fina sabe ponderar e chegar a um meio termo, e talvez tenha até uma certa obsessão pela palavra ponderação. E gente fina nunca surpreende demais, para evitar gafes.

Gente fina sabe muito bem fingir que não é gente fina. E até zombar, principalmente quando está entre os gente fina. Gente fina não peida, não arrota, nunca teve ferimento com pus amarelo-limão. As vacinas dos gente fina estão sempre em dia, bem como o passaporte. Gente fina ri com os lábios, sem barulhos esquizóides. E, principalmente, gente fina não gargalha.

Lá dentro, Oliver teve uma surpresa, quando viu Tatiana usando fio-dental depois de chupar manga. Lá fora, Arthur testava o silenciador, porque gente fina não gosta de estrondo.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Cat - Como ela se apresentou a mim. Não gostava do verdadeiro nome, Catarina.

Catar - o que ordenei a ela logo nos primeiros dias de casamento. Vá catar minhas meias, cuecas, e se esquecer de esvaziar o cinzeiro, vai ver só.

Catástrofe - Como acabou nosso terno enlace. Nunca mais me meto com taróloga.

prosaica lixa

Algumas pessoas lixam as unhas com lixa-brinde de farmárcia.
Outras, com lixas altamente luxuosas.

O homem que vi hoje lixava as unhas no poste.
Foi num cruzamento em Laranjeiras. Cumprimentei-o com um meneio de cabeça.

sábado, 1 de dezembro de 2007

Raquete

Na minha casa tem muito mosquito. Não, não estou com dengue. A questão é que mosquito é um bicho chato pra cacete. Só dois motivos tiram a minha paz no sono: mosquito zumbindo e vontade de fazer xixi. Até que ir no banheiro não dá tanto trabalho, já desenvolvi maneiras de fazer isso dormindo. Mas matar mosquito é um saco. Tenho que levantar, acender a luz, voltar para a cama, fingir que estou dormindo, esperar o mosquito chegar, bater palma no mosquito.

Daí alguém descolou um artefato tecnológico de última geração que mudou completamente o modo arcaico como os mosquitos eram tratados no meu lar. Trata-se de uma raquete que eletrocuta o mosquito. Isso mesmo: eu raqueteio o mosquito, dou um choque e ele morre. Ai. É tão bom. Aperto o botão do choque e escuto, clac, o mosquito sendo explodido. Depois fica um certo cheiro de mosquito queimado, mas passa.

E eis que veio uma vegetariana me visitar. Estupefata, ela me disse que a tão querida raquete era um instrumento de tortura. Que o animal poderia morrer sofrendo menos. Que tudo bem, ele estava invadindo o meu espaço privado, mas não merecia tamanho sofrimento. Que na verdade, coitado, ele não sabia que se tratava do meu quarto, espaço privado. Retruquei, com minha absoluta sinceridade: mas peraí, mosquito? Os vegetarianos agora defendem os mosquitos? Zzzzzz? Ela nem aí. Me recomendou sprays anti-mosquito (alô-ou! spray? e a camada de ozônio?), ventilador e cheirinho de tomada.

Mal sabe ela o quanto já desejei ter uma raquete gigantesca, própria para humanos. Preferi não colocar expor meus pensamentos onívoros e truculentos.

escriba em crise

mais ou menos duas vezes por mês me pergunto:
por que é que não nasci
um jabuti?