quarta-feira, 20 de junho de 2007

Samba Lelê

Canção: "Torturando Lelê"

Samba Lelê tá doente,
Tá com a cabeça quebrada.
Samba Lelê precisava
É de umas boas lambadas.
Samba, samba, samba, ô Lelê!
Samba, samba, samba, ô Lalá!
Samba, Samba, Samba, ó Lelê,
Pisa na barra da saia, ó Lalá.

Comentário:

Não entendo isso de dizer que a Lelê tá doente, tá com a cabeça quebrada. Numa boa. Acho que existe uma diferença estrutural entre estar doente e estar com a cabeça espatifada, sangrando, os miolos à mostra. Isso é sacanagem. Aliás, a letra toda é uma gozação com a Lelê, ou Samba Lelê, mas eu que a conheci prefiro chamar simplesmente de Lelê.

Dizem que é uma cantiga de roda. Acho isso assustador. Imagina só: várias pessoas em roda, Lelê no meio, com a cabeça quebrada. Daí alguém fala: ela precisa mesmo é de umas boas lambadas! O outro retruca: não, lambada não, é muito fácil. Vamos botar a Lelê para sambar! E todos, em coro: samba, samba, samba, Lelê! Ela sai se requebrando, sambando no salto salto alto, a cabeça quebrada e sangrando, quase não se aguenta no próprio corpo. Lelê pensa: tenho que ser forte, está quase no fim da música. É justamente aí que alguém tem a idéia: vou pisar na barra da saia da Lelê!

Lelê costurou a cabeça e passa bem. Nunca mais sambou. Agora, só boleros.