quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Dylan, por Hammil

Fiz uma coisa antiga: li um encarte de CD. Um texto do Pete Hamill em um encarte de um CD do Bob Dylan. Gostei muito e traduzi um pedaço (traduzir não é a coisa mais simples do mundo). O texto do Hamill fala sobre como, na turbulência dos anos 60, o Dylan conseguiu fazer uma poesia diferente, simples, verdadeira. E como sua arte resistiu ao tempo, por um motivo único: é bonita. Aqui vai um pedacinho do texto do Hamill. E viva Dylan e as respostas que sopram ao vento.

*

Pintores deixaram os cavaletes para rabiscar a sua inocência em paredes e manifestos; romances serviram como quartos arrumados para a ideologia.

Pobre America. Terra em que os poetas morreram.

Exceto Dylan.

De todos os nossos poetas, Dylan foi o que melhor pegou o mar turbulento e colocou em um copo. Desde cedo, ele nos avisou, ele nos deu voz, ele disseque a chuva pesada ia cair.

Então esqueça os intelectuais que reduzem a pó as rimas de Dylan. Lembre que ele nos deu voz. No tempo em que a nossa inocência morria para sempre, Dylan transformou esse momento em arte.

O milagre é que ele sobreviveu.

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