segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Medinho

Tenho medo de praticamente tudo.
Trabalhar, perder o celular, deixar a menstruação vazar na roupa branca, não conseguir tirar o besouro que entrou na sala, ficar parada com o carro na linha vermelha.
Tento lembrar algo de que não tenha medo. É difícil.
Nos top five dos medos está escrever. Nem medo, é pavor. Eu tremo, reluto, sou uma cagona. De qualquer modo, continuo escrevendo.
O que mais gosto em estar com medo é saber que estou - daí vem a coragem, um rubor que nem demora a subir. Exemplo: não sei se conto isso ou aquilo para a minha analista. A dúvida dura cinco segundos: conta, sua besta, deixa de ser medrosinha, não vai encarar por quê? Daí vou lá e conto. E é bom. A mesma coisa com escrever: dá vergonha, não sei onde vou parar, mas, se estou apavorada, não posso recuar, tenho que ir adiante. É uma necessidade.
Adoro sentir medo.
Me amedronta?

*
Fiz esse post meio livro de auto-ajuda também para dizer que, na real, não me acostumo a redigir no twitter. Não pela restrição de caracteres, mas porque gosto de escrever sem me sentir lida. Aqui vale, eu tenho a página em branco, é minha, meu brinquedinho, não sei que olhar me vê. Lá não. Ainda me surpreende, depois de tanto tempo, perceber que tem gente que entra no Ovelhas, que comenta. Leiam escondidos, ok? Eu escrevo escondida. Pronto, fizemos um pacto.

Um comentário:

Anônimo disse...

gosteeeeei do pacto ;)