Como toda menina que se preze, fiz balé durante muito tempo. Dos trÊs aos doze, eu acho. É praxe por essas bandas colocar a filha em aulas de balé, e eu mesma vou enfiar a minha filha numa dessas, acho que a partir dos seis meses. Plié, coupé, passé, developé, primeira, segunda e terceira posições. Vi várias vezes O Quebra-nozes, O Lago dos Cisnes, Gisele, e por aí vai.
Eis que ocorreu o seguinte: cresci. E sou louca por funk.
Com o funk não dá para dançar na ponta do pé. Na verdade, o pé é o que menos importa. Somos obrigadas a nos deparar com outra parte do corpo humano, que andava tão escondida: a bunda. E balançar a buzanfa exige outro tipo de lógica, que as meninas educadas no balé nem sempre conseguem aprender. Por isso, decidi lançar um grupo, ou melhor, um bonde. Vai se chamar "As disléxicas do funk". A gente bate bum-bum errado, abaixa e levanta na hora errada, está sempre um passo atrás nas coreografias, dança meio balé meio funk meio lambada, fala as gírias com um quê de desfamiliaridade, mas continua gostando de funk. Disléxicas, juntem-se ao bonde. Já é.
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
O novo bonde
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2 comentários:
Foi comigo essa coisa da dislexia?
Aliás, lembra que tinha que ENCAIXAR a bunda, no balé?
Bota uma funkeira pra encaixar o popozão, que eu quero ver...
E onde fica o ponto de equilíbrio do corpo das glamurosas, popozudas, tchutchucas e etc?
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