Quando passa muito tempo longe do sol, a pele morena ganha um tom amarelado. As olheiras afundam, marcam, perfuram o rosto. Os pigmentos de espinhas e manchas se tornam mais visíveis. A pele morena nem sempre vai à praia. Nem sempre pega sol na praça.
Os branquelos dizem que têm inveja dos morenos, do eterno bronzeamento. Mas, se o moreno não é jogador de futevôlei, a chance dele estar sempre bronzeado e com cara de saudável é ínfima. Em tempos de solidão intelectual, cerramento escritorial e economia neoliberal, os morenos aos poucos ganham uma coloração hepatite C. Depois, hepatite C à beira da morte.
No fim, sem possibilidade de retorno, nos tornamos ogros.
domingo, 8 de julho de 2007
o resvalar da pele
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2 comentários:
blá blá blá
Poxa, Clara, vc foi a primeira pessoa q me fez ficar feliz por um segundo por ser branquela. Valeu!
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