Não gosto de bichos. Pronto, falei. É isso. Não sinto afeto nenhum por cachorros, não simpatizo com gatos, não faço carinho em hipopótamos, não alimento orangotangos, nunca salvei uma baleia. Ok, vou a cara das ovelhas, mas só longe de mim, no mundo simbólico e irreal. Perto não dá, deve ser fedorento, muito pêlo, pasto, não curto.
Uma vez tentaram me convencer de que amor de cachorro é amor bruto, não passa pelas complicações dos seres humanos. Peralá. Amor humano também é descomplicado. O amor, em si, me parece descomplicado. O que o torna complexo são outras arestas. Não venham me dizer que cachorros amam melhor. Só por que ele abana o rabo? Vou passar a abanar o meu apêndice.
Na verdade, nessa coisa de animal doméstico, ainda que não goste de nada, tenho um ligeiro interesse pelos gatos. Pelo olhar atento, pelos movimentos rápidos e, principalmente, pela mitologia. Gatos pretos, úúúúúúú, sai da frente.
Dia desses estava no jardim aqui de casa, tomando um solzinho, quando avistei um gato na grama. Era cinza. Putz. Tremi. Gato cinza é pior que preto. Com o preto eu ainda penso: não vou me deixar levar pelo senso comum, isso tudo é uma besteira (e fujo do mesmo jeito). Mas cinza? Cinza foi demais para mim. Não é branco, nem preto, é a afirmação da contraditoriedade. O gato me fitava. Que foi, seu pulguento? Ele mexeu a cabeça de leve. Acho que riu. Sai daqui, xô! Ele lá, paradão.
Nesse dia eu li o horóscopo.
quarta-feira, 13 de junho de 2007
eu e os bichos
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Um comentário:
comentário nada a ver... sabia que tem um movimento contra os gatos pretos? pois é, por conta da supertição... tadinhos dos gatos pretos... que culpa eles têm??? eu hein!?
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