Um post preguiçoso sobre três peças que vi recentemente.
Vi Hamlet, dirigida pelo Aderbal Freire, com Wagner Moura no papel principal. Eis um Hamlet, o louco são, o ardil que passa do questionamento à ação, o diretor e ator de sua própria tragédia. O uso da câmera foi apropriado e bem feito, não me deu ânsia de vômito. Gostei. Bastante.
Vi Rock´n Roll, do Tom Stoppard, dirigida pelo Felipe Vidal e mais um cara. O texto é genial, a peça é bem feita, embora com soluções cênicas um pouco aborrecidas. Dei um certo azar: vi em um dia em que os atores estavam meio mal. O Thiago Fragoso quase leva um lustre na cabeça. É teatro, a cada dia acontece uma peça diferente, reze pelo dia em que você for ver alguma coisa.
Vi "In on it", dirigida pelo Henrique Diaz, uma peça de um dramaturgo canadense cujo nome deveria tatuar na testa, assim que souber qual é. Um único comentário sobre o espetáculo: saí completamente transtornada.
Eu ia falar alguma coisa sobre arte e transtorno, ia defender que a arte só existe como algo que rompe o banal, que dilacera o senso comum, mas, como disse no início, estou com preguiça. Então vou pra praia, ali no posto nove de Ipanema. Talvez nove e meio.
Um dia, em uma portaria de um teatro, o porteiro me barrou. Já ia puxando a carteirinha e a identidade quando o cara, blusinha azul claro e calça social preta, me olhou firme: você está de braços cruzados! Em teatro e igreja não se entra de braços cruzados. Só deixo você entrar se descruzar. Podia ter dito que ele não era meu pai nem guarda civil e muito menos ortopedista pra dizer o que fazer com os meus braços, mas simplesmente obedeci, feliz da vida. Ele tem razão.
sábado, 25 de abril de 2009
Em cena no Rio
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