Osvaldo: O que você acha de mim?
Kent: Um canalha, um patife, um comedor de restos; um velhaco arrogante, estúpido, indigente, que tem apenas três roupas e meias fedorentas, um filho da puta covarde, sem sangue no fígado, que foge da luta e se queixa à justiça, trapaceiro afeminado e sabujo. Um escravo que herdou apenas um baú, que presta serviço numa alcova, um alcoviteiro; no fim, uma mistura de canalha, mendigo, covarde, rufião, filho e herdeiro de uma cadela bastarda a quem eu espancarei até que estoure em berros, se negar a menor sílaba do que eu disse agora.
***
Shakespeare, William. O Rei Lear. Mistura da tradução do Millôr com a do Jorge Wanderlei, edição minha. Para quem acha que o homem é só erudito, engulam essa. Sabe xingar como ninguém. Agora vou sair daqui dessa lan house fedida com esse adolescente tarado à esquerda e esse matador virtual à direita. Com licença.
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
Espancarei até que estoure em berros
Postado por Clara às 14:01
Marcadores: da boca de outros
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