Essa profissão não é mole. A formação não é qualquer uma: o líder havia feito um curso de história da arte na Cidade do México, e o novato acabara de fazer uma especialização em Ouro Preto. Com a arte contemporânea, a revolução digital e tudo mais, estava muito difícil saber o que roubar e, principalmente, por quanto vender.
Como fazer o roubo não despertava grande mistério, esses donos de firma de segurança não são tão criativos. Deviam aprender com os artistas, ou com a gente, mas aí já pode ser difícil demais para eles.
Depois de tudo isso, para ser bem aceito no bando, era necessário escolher um pseudônimo. Estava nessa fase, e com muita dificuldade. O líder era Rimbaud, e o meu contato chamava Michelângelo. Mas eu achava isso tudo meio frouxo, os traficantes têm muito mais propriedade, Fernandinho Beira-Mar, Elias Maluco, isso sim mete pavor. Depois de quase dez anos estudando eu vou escolher um nominho fraco assim? Queria mesmo saber o nome de um pintor rupestre, acho que ia ficar o terror total, um nome bem cavernoso, mas aqueles imbecis do paleolítico não deixaram os nomes. Para não contrariar totalmente, escolhi um meio termo: Frida Sacode-Museu, ou então Goya Destruição Total. Acho que vai colar.
sábado, 10 de novembro de 2007
Nome de guerra
Postado por Clara às 09:30
Marcadores: três frases para um melodrama
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
ah!! nem gostei desses nomes!
Duchamp do penico! Que tal?
Postar um comentário